Com histórico de excelência na produção e exportação de frangos, Santa Catarina reforça seu sistema de biosseguridade diante de um caso suspeito de Influenza Aviária de Alta Patogenicidade (IAAP) em uma granja comercial no município de Ipumirim, no Oeste do estado.
O caso está sob investigação do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa). Amostras foram coletadas por médicos veterinários da Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (Cidasc) e encaminhadas ao laboratório oficial do governo federal. O laudo com o resultado deve ser divulgado em breve.
Segundo a presidente da Cidasc, Celles Regina de Matos, Santa Catarina mantém um rígido protocolo de controle sanitário, baseado na colaboração entre o governo estadual, cooperativas, sindicatos e produtores rurais.
“A biosseguridade e a notificação são as chaves para mantermos o controle. O Estado tem atuado de forma coordenada para preservar a sanidade do rebanho catarinense”, afirmou a dirigente.
Medidas preventivas e bloqueios
Em resposta ao aumento da vigilância sanitária, o governo catarinense publicou uma nota técnica no último sábado (17) determinando a proibição da entrada de aves vivas e ovos férteis oriundos de 12 municípios do Rio Grande do Sul, onde foi confirmado recentemente um caso de gripe aviária em uma granja comercial — o primeiro do tipo no Brasil.
As cidades bloqueadas são: Cachoeirinha, Canoas, Capela Santana, Esteio, Gravataí, Montenegro, Nova Santa Rita, Novo Hamburgo, Portão, São Leopoldo, Sapucaia do Sul e Triunfo.
A circulação de produtos dessas regiões somente será liberada após comprovação das condições de biosseguridade.
Além disso, propriedades localizadas em um raio de até 10 quilômetros dos focos identificados estão sendo visitadas por técnicos da Cidasc, que realizam avaliações clínicas e reforçam as orientações sanitárias.
“Nosso compromisso é com a prevenção e a resposta rápida. Santa Catarina entende sua responsabilidade nacional no setor e tem atuado de forma estratégica para proteger toda a cadeia produtiva”, declarou a presidente da Cidasc.
Panorama nacional
Desde a chegada do vírus ao Brasil, em maio de 2023, o país já investigou 2.883 casos suspeitos de síndrome respiratória e neurológica em aves. Foram confirmados 166 casos de gripe aviária, a maioria em aves silvestres. Apenas um foco foi registrado em granja comercial — o caso do Rio Grande do Sul — e três em criações domésticas.
O Mapa reforça que não há risco à saúde humana relacionado ao consumo de carne de frango ou ovos.
No momento, três localidades estão sob investigação por suspeita de IAAP em criações comerciais ou de subsistência:
• Ipumirim (SC) – granja comercial
• Aguiarnópolis (TO) – granja comercial
• Salitre (CE) – produção familiar
Santa Catarina segue monitorando a situação com rigor técnico, reafirmando seu compromisso com a segurança sanitária e a sustentabilidade da produção avícola no estado.