O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta segunda-feira (20) que Rússia e Ucrânia “começarão imediatamente” negociações por um cessar-fogo. A declaração foi feita após uma ligação de mais de duas horas entre o líder americano e o presidente russo, Vladimir Putin.
Segundo Trump, a conversa teve “tom e espírito excelentes” e representa um novo passo rumo ao fim do conflito iniciado em fevereiro de 2022. “Estamos tentando encerrar toda essa questão. Acredito que conseguimos algum progresso”, disse o republicano à imprensa na Casa Branca.
Ainda assim, o otimismo de Trump não é totalmente compartilhado por seu par russo. Putin afirmou estar disposto a trabalhar em um memorando para um eventual acordo de paz, mas rejeitou o cessar-fogo incondicional de 30 dias proposto pelos Estados Unidos.
Pressão diplomática e impasses
O presidente da Ucrânia, Volodimir Zelensky, disse ter pedido a Trump, em uma conversa separada, que não tomasse decisões sem consultar o governo ucraniano. Além disso, reforçou que não aceita a retirada de tropas de regiões sob controle de Kiev, como exigido por Moscou.
Putin, por sua vez, ressaltou que ainda há pontos a serem definidos, como os princípios da resolução, prazos e possíveis cessar-fogos condicionados à assinatura de acordos. Para o líder russo, as tratativas entre Rússia e Ucrânia, que ocorreram recentemente em Istambul, representam um “caminho certo”, mas ainda demandam compromissos adicionais.
Zelensky e outros líderes europeus solicitaram que os Estados Unidos aumentem as sanções contra a Rússia, caso Moscou não demonstre avanços concretos nas negociações.
Tentativas diplomáticas e envolvimento internacional
Trump informou que, após a conversa com Putin, notificou Zelensky e líderes da União Europeia sobre a retomada dos diálogos de paz. Ele também voltou a defender um encontro presencial com o presidente russo, argumentando que conversas diretas seriam a única maneira eficaz de resolver o impasse.
O Vaticano, que recentemente elegeu o primeiro papa norte-americano, Leão XIV, teria demonstrado interesse em sediar um eventual encontro entre Moscou e Kiev. A proposta recebeu apoio de Trump, Zelensky e de autoridades europeias.
Apesar das movimentações diplomáticas, a Ucrânia denunciou um ataque russo com número recorde de drones neste domingo, episódio que reacendeu críticas quanto à disposição do Kremlin em buscar a paz.
Delegações e trocas de prisioneiros
Na última semana, delegações da Rússia e da Ucrânia se reuniram na Turquia, pela primeira vez em três anos. O encontro terminou sem acordo, com o governo ucraniano acusando Moscou de enviar negociadores sem poder de decisão, classificados como “marionetes”.
Como resultado prático, foi acertada uma troca de mil prisioneiros de cada lado. Trump, por sua vez, disse ter considerado participar das conversas em Istambul, mas não houve confirmação da presença de Putin.
Enquanto o mundo observa os desdobramentos, permanece a expectativa quanto à real eficácia das novas tentativas de cessar-fogo. Por ora, as declarações marcam uma mudança de tom e abrem espaço para possíveis avanços diplomáticos.
Redação VOX SC - A voz da notícia