02 May
02May

Com a ascensão dos vídeos curtos, da rolagem infinita e do consumo acelerado de informações nas redes sociais, um termo ganhou destaque global e acendeu um alerta: “brain rot”, expressão que pode ser traduzida como “podridão cerebral”. A definição é provocativa, mas resume bem um fenômeno crescente — a deterioração da capacidade cognitiva causada pelo uso excessivo de conteúdos rasos e fragmentados na internet.
Segundo o Dicionário Oxford, que escolheu o termo como palavra do ano em 2024, o “brain rot” representa os efeitos cumulativos da hiperexposição digital, principalmente entre jovens e adultos conectados por várias horas ao dia.
O que dizem os dados
De acordo com o relatório Digital 2025, produzido pela We Are Social em parceria com a Meltwater:          O brasileiro passa, em média, 6h40 por dia online          2h30 desse tempo são dedicados exclusivamente às redes sociais          O conteúdo mais consumido são vídeos curtos, que priorizam velocidade, estímulo visual e repetição
Esse modelo de consumo não apenas rouba o tempo do usuário, mas também altera sua forma de processar informações e de reagir ao tédio e ao silêncio.
Sinais de alerta no comportamento
Os efeitos do “brain rot” ainda estão sendo estudados, mas relatos clínicos e observações empíricas apontam sinais recorrentes:     

     Dificuldade de concentração prolongada     

     Esquecimento de informações recentes     

     Procrastinação e sensação constante de improdutividade     

     Ansiedade quando se está longe de estímulos digitais

Esses sintomas tendem a se agravar quando o uso das redes sociais se torna automático, compulsivo ou a única fonte de entretenimento e estímulo.
Existe saída? Sim, mas exige consciência digital
Especialistas não defendem o abandono total da tecnologia, mas a mudança na forma de utilizá-la. Algumas recomendações incluem:     

     Intercalar conteúdo leve com consumo mais profundo, como livros, podcasts e cursos online     

     Realizar pausas programadas, com momentos de desconexão ao longo do dia     

     Reorganizar o feed para priorizar informações educativas e inspiradoras     

     Evitar o celular antes de dormir e nos primeiros minutos ao acordar


Um fenômeno contemporâneo que exige reflexão
Embora não seja uma condição médica formal, o “brain rot” simboliza uma transformação silenciosa no comportamento humano diante da tecnologia. Para muitos estudiosos, a atenção se tornou um bem escasso — e preservá-la pode ser um diferencial no trabalho, nos estudos e na qualidade de vida.
Em uma era de estímulo constante, o desafio é claro: ser mais seletivo com o que se consome e redescobrir o valor do foco, da pausa e do conteúdo de qualidade .

Por Redação Vox SC

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