Foto: Maxar Technologies/Handout via REUTERS
Em comunicado, a AIEA afirmou: "Com base na análise de imagens de satélite de alta resolução, identificamos elementos que indicam danos diretos aos salões subterrâneos de enriquecimento de urânio em Natanz. Não há alterações a relatar nas usinas de Esfahan e Fordow."
Esta é a primeira vez que a ONU reporta danos às centrífugas de enriquecimento de urânio em Natanz, o que eleva o risco de vazamento nuclear. A instalação, localizada no centro do Irã, abriga cerca de 15 mil centrífugas em operação.
Escalada do conflito entra no 5º diaNatanz já havia sido alvo de outros bombardeios israelenses desde o início da troca de ataques entre os dois países. Na sexta-feira (13), o Exército de Israel afirmou ter causado "grandes danos" ao complexo.
O conflito, que completa cinco dias nesta terça, já deixou 248 mortos — 224 no Irã e 24 em Israel, segundo autoridades locais.
Na madrugada desta terça, explosões foram registradas em Teerã e em Natanz, onde ficam as instalações nucleares. Em Israel, sirenes de alerta soaram após a meia-noite, e novas explosões foram reportadas em Tel Aviv.
AIEA monitora risco nuclear, mas radiação permanece estávelA AIEA vem alertando sobre o risco de contaminação nuclear e química devido aos ataques. No entanto, os níveis de radiação fora da usina de Natanz permanecem normais, segundo o diretor-geral da agência, Rafael Grossi.
O Irã não se pronunciou sobre o relatório da AIEA até o fechamento desta matéria.
Tensões geopolíticas e busca por cessar-fogoEnquanto os dois países mantêm ameaças de retaliação mútua, fontes ouvidas pela Reuters afirmam que o Irã pediu a Omã, Catar e Arábia Saudita que pressionem os EUA a intermediar um cessar-fogo.
Autoridades iranianas sinalizaram que poderiam ser mais flexíveis nas negociações sobre o programa nuclear se Israel parar os ataques. O chanceler iraniano, Abbas Araqchi, declarou nas redes sociais:
"Se os EUA estão realmente comprometidos com a diplomacia, Israel deve interromper sua agressão. Caso contrário, nossas respostas continuarão."
Imagem de satélite mostra a instalação nuclear de Natanz, no Irã, em 24 de janeiro de 2025 — Foto: Maxar Technologies/Handout via REUTERS
Do lado americano, o presidente Donald Trump afirmou que o Irã rejeitou um acordo nuclear e reforçou que o país "não pode ter armas atômicas". Ele antecipou sua saída da cúpula do G7 no Canadá para tratar da crise em Washington.Na segunda-feira (15), o Pentágono anunciou o envio de mais tropas ao Oriente Médio, mas negou planos de uma operação militar direta contra o Irã. A prioridade, segundo o Departamento de Defesa, é proteger interesses americanos na região.