SER CATARINA 1

Santa Catarina: uma trajetória única no Brasil


O, hoje, estado de Santa Catarina é ímpar no cenário brasileiro. Temos os melhores números sociais e econômicos, disparadamente à frente das outras 26 unidades da federação. Isso se deve ao nosso passado e ao formato da ocupação de nosso território — que representa apenas 1,1% do espaço brasileiro!
Os primeiros relatos de contato entre indígenas e europeus partem já de 1503, quando o grande piloto Américo Vespúcio, ao abordar a ilha de Santa Catarina (batizada apenas em 1526 por Sebastián Caboto), produziu um texto tão arrebatador de elogios que levou o pensador inglês Thomas Morus a escrever o livro “Utopia” — ou “A Ilha da Utopia” — lançando as bases da teoria do socialismo utópico.
Em 1504, aportou em nosso litoral uma nau francesa comandada por Binot Paulmier de Gonneville que, depois de alguns meses, ao retornar à França, levou consigo um menino indígena chamado Iça Mirim. Ele nunca mais retornou ao Brasil e tornou-se um proeminente barão francês.
No século seguinte, XVII, foram fundadas as primeiras três cidades catarinenses:     

     Nossa Senhora da Graça do Rio de São Francisco (atual São Francisco do Sul),     

     Nossa Senhora do Desterro (atual Florianópolis),     

     Santo Antônio dos Anjos da Laguna (atual Laguna).
Todas localizadas no litoral e fundadas por paulistas oriundos de São Vicente.
Já no século XVIII, chegaram os portugueses do arquipélago dos Açores e da Ilha da Madeira para ocuparem o litoral catarinense. A intenção era mostrar à Espanha que estas terras tinham dono. Assim, iniciaram a captura da baleia, atividade que gerou muita riqueza por décadas.
Esses imigrantes também trouxeram a prática da pesca artesanal, que até hoje movimenta a economia e o turismo da região. Dessa primeira leva de colonizadores nasceu a carismática e querida figura do “manezinho da ilha”, com sua renda de bilro, a religiosidade marcante, além da gastronomia típica e das festas populares.
Ainda no mesmo século XVIII, paulistas de Sorocaba, os tropeiros, abriram o Caminho do Sul, ligando o planalto paulista aos Sete Povos das Missões. Foi nesse contexto que fundaram no planalto catarinense a cidade de Nossa Senhora dos Prazeres das Lajens (atual Lages), despertando a interiorização da ocupação e impulsionando a economia do estado. 

continua…

Por Prof. Wander Pugliese