Foto: Reprodução Twitter/Carlo Ancelotti
Texto técnico da seleção brasileira. O contrato é válido até o fim da Copa de 2026, que será disputada nos Estados Unidos, México e Canadá. Ancelotti será o primeiro técnico estrangeiro a comandar o selecionado canarinho em Copas. Na história da amarelinha, este será o quarto técnico estrangeiro. Vale lembrar que os outros três não passaram de cinco jogos no comando. Foram eles: Ramón Platero (uruguaio), em 1925 (quatro jogos), Joreca (português), no ano de 1944 (dois jogos) e Filpo Nuñes (argentino), em 1965 (apenas um jogo). Agora, o italiano tem a missão de buscar uma sinergia entre seleção e torcida. Assim que acabar a La Liga (Campeonato Espanhol) temporada 2024/25, Carlo Ancelotti estará livre, afetivamente.
A negociação envolvendo Carlo Ancelotti se deu através do empresário do mercado financeiro Diego Fernandes, que encabeçou às tratativas representando a CBF. As negociações entre as partes serão nas seguintes bases: salário mensal de R$ 4 milhões, além de bônus de 5 milhões de euros, caso o Brasil vença a Copa do Mundo. Algumas regalias também serão condicionadas, como o fretamento de um jato para levar Ancelotte à Europa algumas poucas vezes, assim como o pagamento do aluguel do apartamento para moradia, no Rio de Janeiro. A previsão de desembarque no Brasi (Rio de Janeiro), está previsto para o dia 26 de maio. Ancelotti, em seguida, fará o anúncio dos jogadores convocados para os jogos contra Equador e Paraguai, válidos pelas Eliminatórias da Copa. As partidas acontecem nos dias 5 e 10 de junho.
Vale ressaltar que, nos meandros da CBF, em meio às incertezas no que tange à permanência do presidente Ednaldo Rodrigues, Diego Fernandes, em Madri, agilizou o processo de contratação de Ancelotti, que tinha contrato com o Real Madrid até junho de 2026. A CBF não esperou um posicionamento oficial do clube merengue sobre sua saída e anunciou Carlo Ancelotti nesta segunda-feira (12), às 10h53 (horário de Brasília), no site oficial da entidade. Uma corrida contra o tempo para mobilizar todos os trâmites para que o competente treinador pudesse enfim, ser ratificado como o novo técnico da seleção brasileira. No currículo, às conquistas emblemáticas de três Ligas dos Campeões da Europa. São duas com o Milan e três com o Real Madrid, além de três mundiais de clubes com o time espanhol. No Real, são 11 títulos no total, em duas passagens pelo clube. Tais feitos despertaram há tempos, a cobiça da CBF.
Na minha opinião, a chegada de Carlo Ancelotti é um divisor de águas. Novos conceitos serão implementados. Trará para nós um Plus de ideias daquilo que vemos hoje no futebol moderno, quando apreciamos partidas no "velho continente". Tudo isso é valioso. Existe porém, ao meu ver, uma antítese latente: a cultura do nosso futebol. Primeiro, o que irá pautar seu trabalho serão suas escolhas nas convocações. Ancelotti conhece alguns de nossos jogadores (em especial, os que ele comandou, é claro). Mas na teoria, a prática é outra. Não estou sendo pessimista. Ao contrário. Torço para que ele consiga atingir todas às metas, culminando com o tão sonhado hexa. Todavia, quando olho para o cenário futebolístico brasileiro, não podemos deixar de falar de um fator preponderante para o sucesso por aqui: resultados positivos. Somos "resultadistas" ao extremo. Sabemos que existe um hiato enorme de datas quando falamos em jogos de seleções. Para que se tenha um trabalho longevo, galgado em resultados, é de suma importância ter base de convocação. Óbviamente que haverão trocas de uma lista de convocados para a outra, pois poderemos ter cortes de atletas em virtude de lesões e também por escolhas, em âmbito de testes, o que é normal.
Mas não se pode normalizar aquilo que dantes vinha acontecendo. Trocar por trocar. Isso, no meu modo de ver, não é testar. Ancelotti sabe como lapidar e extrair o melhor de cada atleta, em suas posições. Os triunfos lhe conferem sapiência para ser técnico da seleção mais vitoriosa em nível de Copas do Mundo. Mas essa sapiência veio com o tempo de trabalho, ganhando e perdendo. E aqui? Haverá paciência quando os resultados não vierem? Pesa-se o fato de ser estrangeiro e nos dias de hoje há uma tolerância maior. Mas resultados são resultados. Vamos acompanhar o trabalho dele e o tempo sempre será o senhor da razão. Boa sorte, ragazzo!
Por Alexandre Cardillo